
Gaetano Di Mauro e Arthur Pavie são os grandes campeões do Endurance Brasil em 2025. O título veio num encerramento de temporada cheio de drama e novidades, na prova disputada neste sábado (6) no Autódromo de Brasília (DF). O duo da BTZ Motorsport, que correu neste fim de semana em parceria com Gabriel Koenigkan, garantiu a taça da classificação geral e da classe P1 ao chegar na sexta posição, em prova que marcou a volta ao topo do pódio da longeva dupla formada por David Muffato e Pedro Queirolo.
Depois de largar na primeira fila do grid, a Ligier JS P320 #117 viu suas chances se complicarem após seu último pit stop obrigatório: quando voltava à pista, Di Mauro encontrou a saída dos boxes fechada e levou uma volta de todo o pelotão. Na relargada, era o sétimo na classe P1 e tentava descontar a volta do AJR de Queirolo, já líder numa tática perfeita da equipe TMG, quando passou a sofrer com problemas de embreagem. Ainda era preciso tentar não tomar volta da Ligier #42 de Lucas Foresti, que naquele momento empatava em pontos com o #117 e conquistava o título pelo número de vitórias.
Muffato/Queirolo venceram após liderar mais da metade da prova na P1
(Bruno Terena/MS2 Comunicação)
O drama perdurou até o final e foi resolvido com uma solução inusitada. “Foi um dos títulos mais difíceis da minha vida”, resumiu Di Mauro. “Fizemos dois stints com a embreagem patinando muito. Na última volta, eu encostava no acelerador e o carro patinava, eu precisava encostar o mínimo possível no acelerador”, destacou o paulista, que revelou o segredo para a embreagem aguentar até o final. “Nas paradas, colocávamos refrigerante com açúcar na embreagem, para ver se aumentava um pouco do grip, se criava uma gosma, alguma coisa, para tentar continuar acelerando”, contou.
Já Queirolo e Muffato foram ousados e precisos na estratégia para vencer: eles arriscaram um splash and go em uma bandeira amarela no início da prova. Depois, diante de longas intervenções do Safety Car, realizaram as três paradas obrigatórias com menos da metade da corrida. A tática colocou na liderança o AJR #35, que realizou nova parada no final para assegurar o triunfo. “Viemos de três corridas com problemas no carro. A equipe varou a noite e desmontou o tanque do carro, que hoje funcionou direito. Fizemos uma estratégia perfeita, fiz um stint muito bom e o David fez um stint excelente para conseguirmos a vitória”, frisou Queirolo.

Entre os protótipos, houve festa ainda para a Ligier #22, de André Moraes Jr., Daniel Lancaster e Flávio Abrunhoza, que com o suporte dos companheiros, se sagrou campeão do Troféu Legends, voltado a pilotos de graduação Bronze com mais de 55 anos de idade. “Não é fácil andar com um protótipo desses vindo de um GT4 e ter o Victor [Foresti] como concorrente, que está andando pertinho dos pilotos Platina. A constância fez o título vir”, comemorou Abrunhoza.
Classes de grã turismo tiveram vencedores inéditos
As classes GT3 e GT4 chegaram a Brasília com seus campeões definidos. E a capital federal viu triunfos inéditos nas duas categorias. Pela categoria principal dos GTs, Enzo Elias e o clã André e Miguel Rosário venceram com toques de reviravolta: eles causaram a primeira bandeira amarela da prova, após uma escapada em que, por pouco, o carro não atolou na área de escape. “Tivemos muita evolução ao longo da temporada. Coroamos um trabalho que começamos no início do ano, treinamos bastante, aprendemos com nossos erros e, com certeza, o resultado de tudo isso é essa vitória sensacional”, frisou André.
Trio do #718 venceu na GT4 após confirmar presença 48 horas antes da prova
(Bruno Terena/MS2 Comunicação)
Pela GT4, um fato inusitado: o mesmo Porsche 718 Cayman GT4 vencedor da prova anterior, em Santa Cruz do Sul (RS), chegou na primeira colocação, mas com uma tripulação toda renovada. Enquanto Ramon Alcaraz, Chico Horta e William Freire venceram no sul, o triunfo em Brasília foi de Luiz Souza, Bruno Bonifácio e Vitor Baptista - um trio que só definiu sua presença apenas 48 horas antes da largada. “Nem tinhamos planejado correr juntos neste fim de semana. A ideia inicial é que eu viesse apenas como estrategista, mas nos juntamos. A gente já sabia que a parceria é de sucesso fora das pistas e, dentro das pistas, temos comprovado isso a cada dia”, destacou Baptista.
Agora, o foco da Associação de Pilotos de Endurance (APE), promotora da competição, se volta completamente à temporada 2026. O próximo campeonato terá início novamente em Brasília, em prova agendada para o dia 11 de abril do próximo ano. Serão oito etapas ao longo do ano, uma delas em sistema de rodada dupla, com encerramento programado para o dia 21 de novembro de 2026, no Autódromo de Goiânia (GO).
Confira o resultado final das Quatro Horas de Brasília:
Não completaram:
(L) = participante do Troféu Legends
Equipe BTZ Motorsport repetiu o feito de 2023 e faturou o título da temporada
(Bruno Terena/MS2 Comunicação)
Confira os campeões da temporada em cada categoria do Endurance Brasil:
Geral/P1: Gaetano di Mauro/Arthur Pavie (Ligier JS P320 #117/BTZ Motorsport)
GT3: Marcel Visconde/Marçal Müller/Ricardo Maurício (Porsche 911 GT3 R #55/Stuttgart Motorsport)
GT4: Jacques Quartiero/Alan Hellmeister (Porsche 718 Cayman GT4 RS Clubsport #21/Stuttgart Motorsport)
Troféu Legends: Flávio Abrunhoza (Ligier JS P320 #22/GForce Autosport)
SOBRE O ENDURANCE BRASIL
O Endurance Brasil leva a promoção e organização da Associação de Pilotos de Endurance (APE). Os patrocinadores oficiais em 2025 são Stuttgart Porsche, Eurobike, Pirelli e Ballena.
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Texto: Geferson Kern
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